À medida em que as pessoas foram deixando de sair de casa devido a pandemia do coronavírus, o fluxo de negócio de muitas empresas varejistas ficou desregulado.
Em um estudo recente, intitulado COVID-19 e seu impacto no consumo da América Latina, a Nielsen identificou 6 etapas-chave nos novos padrões de consumo das pessoas.
Na etapa 3, Preparação da despensa, algumas capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentam um comportamento diferente quando comparadas ao restante do Brasil. Enquanto as duas cidades têm um crescimento para o armazenamento de produtos na primeira e na segunda semana do mês, por outro lado, o país tem picos de abastecimento apenas na primeira semana.
Como os gestores precisam gerenciar variáveis que em sua maior parte estão inseridas no macroambiente do negócio, e por isso estão fora do seu controle imediato, a gestão de estoque apresenta desafios em todas as etapas-chave que foram citadas.
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Ruptura de estoque (quando falta produto), pressão na cadeia de suprimentos, estoques de produtos elevados e custos elevados são os principais desafios a serem superados.
As medidas de uma vida restrita com distanciamento e isolamento social, como a atual, fizeram emergir soluções de compras on-line para empresas e consumidores.
As necessidades desses novos consumidores são tão urgentes que o Mercado Livre – que representa aproximadamente 1/3 de todo o comércio eletrônico no Brasil –, angariou em torno de 1,7 milhões novos compradores no marketplace, segundo o estudo que a marca produziu entre fevereiro e março dese ano, chamado O comportamento do consumidor em época de crise. Dentre essas pessoas, 20% realizaram a primeira compra nas categorias de bens de consumo e alimentos, 59% fizeram a primeira compra nas categorias entretenimento e fitness.
Como resultado da comodidade que a plataforma proporciona, foram feitas cerca de 1,1 milhão de entregas diárias e o ticket médio cresceu 22%.
Somando o investimento que costuma ser relativamente baixo e a visibilidade que vender por meio de um marketplace proporciona, pode ajudar muito os empreendedores que encontram o desafio da cadeia de suprimentos para entregar produtos com um preço competitivo.
Em março de 2020, o Mercado Livre suspendeu a cobrança por atrasos e multas para pequenos empresários, além de não estar cobrando taxas de comissão nas vendas e produtos de primeira necessidade, como alimentos e os relacionados a saúde.
Em um momento como o atual, vender num marketplace pode ser a melhor estratégia para sobreviver à crise porque é a mais fácil e rápida de implementar; até para uma empresa que está em estágio inicial de transformação digital.
Mesmo para as grandes redes de varejo, também é uma ótima alternativa para continuar atendendo os clientes que, inevitavelmente, não comprarão mais em lojas físicas enquanto o isolamento social for necessário.
Apesar de itens de primeira necessidade seguirem com um bom giro – como alimentos, bebidas, higiene, limpeza etc. –, a situação é oposta para moda, cosméticos, celulares etc.
Uma das vantagens do marketplace é a diversidade de pessoas que compram nele e também a opção de vender em marketplaces de nicho de mercado. A depender da estratégia de uma marca, estar presente em várias plataformas é uma ótima opção para encontrar o consumidor que pode comprar produtos do estoque ocioso.
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O marketplace que também tem ajudado microempreendedores individuais e autônomos a continuarem trabalhando sem correr riscos é o “Parceiro Magalu”. A iniciativa faz parte do plano estratégico do Magazine Luiza para digitalizar a empresa e o varejo.
Principalmente para o varejo, maximizar vendas por metro quadrado no momento atual impõe adaptações na gestão de estoque. Isso é importante para evitar a ruptura, que é a falta de produtos em lojas, e que uma hora ou outra impacta a gestão financeira.
Integração e organização são fundamentais para equilibrar e regular a gestão de estoque.
Não adianta estar em vários marketplaces se não há uma visão centralizada das informações; por isso a necessidade de haver integração. Assim, ficará mais fácil para organizar o estoque e otimizar todo o processo da cadeia logística.
Além de observar os períodos de pico de compras dos clientes, é importante gerir o caixa da empresa no médio e longo prazo. Porque se determinados produtos têm muita saída, um estoque mínimo precisa ser definido para que seja feito um novo pedido junto ao fornecedor.
Neste contexto, a gestão financeira é uma forte aliada para manter as contas do negócio sob controle ao considerar em quais marketplaces a performance da empresa tem os melhores resultados.
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Uma ferramenta de gestão financeira permite um controle maior de cancelamentos e chargebacks, conferência de dinheiro, auditoria de taxas e terminais, conciliação bancária, além de um acompanhamento minucioso da antecipação de recebíveis e como as taxas afetam o fluxo de caixa e, por consequência, a rentabilidade do negócio.
Torna-se evidente que, em tempos de incerteza econômica, o marketplace pode impactar positivamente a gestão de estoque na quarentena; devido a possibilidade de melhorar o serviço prestado ao consumidor de acordo com suas necessidades.