A indústria do turismo viu seus resultados caírem vertiginosamente em cerca de -51,8% no segundo trimestre de 2020, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), como consequência direta da covid-19. Essa perda de receita está longe de voltar ao normal em todas as atividades turísticas, como transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis. Para ter ideia, o terceiro trimestre apresentou -28,6% de receita para o setor.
No entanto, o brasileiro em geral não deixou de gostar de viajar e conhecer lugares novos. Mais de 80% das pessoas se sentem mais felizes que o habitual quando viajam. Em contrapartida, até que haja vacinação contra o coronavírus, viajar não está nos planos da maior parte das pessoas.
O olhar mais atento sobre protocolos rigorosos de questões higiênico-sanitárias é o novo básico para 52,92% dos viajantes brasileiros na hora de escolher com qual companhia aérea pretendem viajar, quais lugares para hospedagem, onde se alimentar etc.
Ao mesmo tempo, há brasileiros que se sentem seguros o optam por viajar. O meio de transporte escolhido é o carro e os principais destinos levam a praias ou cidades interioranas.
O comportamento das pessoas varia porque naturalmente elas são diferentes em diversos aspectos. Com o objetivo de ajudar a indústria do turismo a entender melhor quais as tendências de comportamento e consumo sobre o setor, o TRVL Lab da Panrotas realizou uma pesquisa – A Jornada dos Viajantes Brasileiros: Insights para o Turismo, 1ª Edição, TRVL LAB, 2020 – com 1236 pessoas em parceria com a Elo.
Apresentamos a seguir um resumo sobre os perfis dos viajantes brasileiros e quais os insights que podem ajudar todo o setor de turismo a atender às expectativas de cada perfil.
De classe média, moram com os pais e ainda não trabalham. Estão na faixa dos 20 anos e gostam de viagens em família e com amigos para destinos de aventura, grandes cidades e praias. Se programam com um ou dois meses de antecedência o optam por casas alugadas com boa localização e bom custo-benefício.
Têm mais de 60 anos e querem conhecer o mundo com o cônjuge ou os filhos. Viajam 2 a 3 vezes por ano e ficam hospedados cerca de 10 dias, o que é o dobro da média nacional. A Europa é o destino preferido quando se organizam para viajar ao exterior a cada 2 ou 3 anos.
Têm mais de 35 anos e cargos gerenciais. Costumam viajar e carro com cônjuge e filhos 11 vezes a lazer por ano pelo Brasil. Diferente dos perfis anteriores, esse perfil já fez viagens durante a pandemia para lugares afastados com forte presença da natureza e opções de aventura na agenda.
Têm entre 45 e 55 anos e estão à frente de médias/grandes empresas. Amam o Nordeste brasileiro e lá ficam entre 6 a 10 dias, gastando acima de R$5 mil; inclusive, já viajaram durante a pandemia para a praia e serra e retornarão caso se sintam seguros. Também viajam ao exterior entre 2 a 3 vezes ao ano e desembolsam de R$25 mil a R$35 mil para aproveitar.
Têm mais de 45 anos e costumam viajar com o(a) cônjuge pelo Brasil nos fins de semana e feriados, mas é no exterior – América do Norte, Europa e América do Sul – para onde costumam ir mais e lá ficam por mais de 10 dias. São consumidores de viagens com guia turístico. Adoram promoções e seu ticket médio de gastos fica entre R$5 mil e R$15 mil.
Esse é o perfil de mulheres com 40 e poucos anos que costumam poupar para viajar. Gastam cerca de R$2 mil em cada uma das 3 viagens anuais. As opiniões dos amigos são muito importantes no processo de decisão do local da viagem. Amam praia e é o destino favorito. Também não viajaram durante a pandemia.
Mulheres do setor de comunicação/serviços com 35 anos. Apesar de possuírem um teto de gastos durante a viagem, não precisam prestar contas sobre isso. Costumam viajar em carro alugado ou de avião. Acreditam que viajar é fundamental para os negócios e mesmo contra sua vontade, tiveram que viajar durante a pandemia.
Possuem 40 anos e estão em cargos de gerência. Costumam adorar viajar a negócios para a América do Sul e Europa e geralmente aproveitam o local de destino como fonte de lazer e relaxamento. Permanecem entre 4 e 5 dias com gasto médio limite entre R$5 mil e R$10 mil em cada viagem, que é definido pela empresa.
Estão na faixa dos 45 anos e são donos ou diretores de empresas do comércio. Para esse perfil, viagens corporativas são importantes para o negócio e, ao mesmo tempo, várias reuniões vão passar a acontecer on-line sempre. Fizeram entre 6 a 10 viagens nos últimos 18 meses, mas nenhuma delas durante a pandemia.
Mulheres autônomas com 35 e poucos anos que atuam no setor de educação. Possuem um valor máximo de gastos por viagem bem definido. Pelo custo-benefício, preferem se hospedar em residências alugadas e vão manter essa alternativa no futuro.
Algumas coisas nunca mudam. Assim é a paixão do brasileiro em conhecer coisas diferentes e viver novas experiências. Viajar traz felicidade. E mesmo de carro, algumas pessoas já estão retomando a «rotina» de desbravar o país para conhecer cada pedaço desconhecido do Brasil, como praias e cidades do interior.
Algumas viagens corporativas podem até ser substituídas pelas alternativas digitais, mas as viagens a lazer vão ter papel fundamental na retomada do setor. Por isso, é necessário fazer adaptações sobre os produtos e serviços oferecidos a clientes que farão viagens de curta duração e com reserva sem muita antecedência.
O importante agora é manter o vínculo com seus clientes bem ativo. Pois, quando a confiança das pessoas crescer, sua empresa poderá ser considerada como preferida pelo seu cliente na retomada completa do turismo.
A preferência por viajar de carro vai fomentar mais ainda o turismo local. Pense em oferecer serviços que atendam possíveis demandas do cliente que vai passar a visitar seu hotel com o próprio carro. Faça parcerias com outros fornecedores para ajudar com essa missão; esteja pronto para uma maior demanda de vagas de estacionamentos.
Venda a melhor experiência para cada cliente para além do seu estabelecimento. Mostre o quanto a região é boa para visitar. É com o testemunho de um cliente que muitos outros podem passar a visitar a cidade e a sua empresa.
As reuniões que podem ser feitas on-line vão ser sempre desse jeito porque as pessoas assim desejam. A indústria do turismo não precisa lutar contra isso. O que pode ser feito é transformar as várias viagens corporativas que seriam feitas separadamente em uma grande experiência e, assim, aumentar o tempo de permanência do viajante no local de hospedagem e oferecer novos serviços e produtos.
Há pelo menos 2 pontos interessantes aqui: 1- A maior parte dos viajantes a negócios não possui intermediários para a escolha de fornecedores de viagens. 2- Quando o valor limite de gastos para a viagem corporativa é excedido, é o próprio viajante quem arca com as despesas. Logo, é interessante manter uma comunicação direcionada ao consumidor final e oferecer as melhores vantagens com pacotes de benefícios que ele só poderá encontrar na sua empresa.
Utilize os perfis apresentados anteriormente como uma base. Seu cliente possui particularidades e necessidades que você precisa descobrir. Entender a jornada de compra de cada um dos seus clientes vai te ajudar a alocar melhor os seus recursos financeiros e humanos e obter melhores resultados com campanhas de marketing e vendas conjuntas. Lembre-se: fortaleça o relacionamento com seus clientes, pois a venda não acaba quando o cliente paga a conta.
Os protocolos higiênico-sanitários são as questões de maior preocupação para quem não viajou durante a pandemia, mas gostaria muito de voltar a viajar. Definir protocolos, executá-los e comunicar como sua equipe está preparada a essas mudanças é o básico para entregar a segurança que os clientes precisam e alimentar a confiança deles.
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Como abordado anteriormente, há profissionais que estendem viagens a negócios para aproveitar momentos livres para o lazer. Ou seja, as experiências de viagens no geral tendem a se tornar cada vez mais híbridas. Assim, com necessidades que se transformam e mudam o comportamento de consumo das pessoas, é essencial estar preparado para oferecer soluções que atendam às expectativas dos clientes.
Em um mundo cada vez mais globalizado e conectado, a jornada de compra do seu cliente se atualiza a cada novo meio de pagamento disponível no mercado para realizar uma transação financeira – PIX, carteiras digitais, NFC, pagamento por reconhecimento facial, WhatsApp Pay etc. Desenhar essa jornada de compra e estar pronto para integrar variados meios de pagamentos nesse processo é o primeiro passo para oferecer uma ótima experiência para o cliente e para a sua operação.
A tecnologia é uma forte aliada para facilitar a jornada de compra. Por meio dela, é possível eliminar processos manuais que dificultam o desenvolvimento do seu negócio.
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