O Governo Federal implementou uma série de ajustes fiscais visando reforçar o caixa e equilibrar as contas públicas. Entre essas mudanças estão as novas regras para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que entraram em vigor em maio de 2025.
De acordo com a Receita Federal, o foco da reformulação está nas empresas e nos contribuintes de maior capacidade econômica. Diante desse novo cenário, é importante que os empreendimentos avaliem os impactos financeiros gerados pelas mudanças e se preparem para absorvê-los.
Quer saber quais são as novas regras do IOF e como elas afetam o negócio? Continue a leitura e confira!
O IOF é um tributo federal aplicado em determinadas movimentações financeiras realizadas por pessoas físicas e jurídicas. Sua principal função é atuar como instrumento de controle da economia, permitindo que o Governo regule a circulação de dinheiro no país.
Além desse papel econômico, o IOF serve como uma ferramenta de fiscalização das transações financeiras e de geração de receita para os cofres públicos. A cobrança dele está presente em diversas operações do dia a dia.
Alguns exemplos são:
As novas regras do IOF trouxeram aumento nas alíquotas e mudanças nas condições de cobrança. Desse modo, torna-se necessário ter atenção redobrada na hora de planejar as operações financeiras empresariais.
Entenda as principais alterações!
Até então, as alíquotas do IOF para compras internacionais realizadas com cartão de crédito, débito ou pré-pago eram de 3,38%. Ademais, havia uma previsão de redução progressiva do percentual até 2028, quando a taxa seria zerada.
No entanto, a trajetória foi interrompida e o Governo optou por seguir na direção contrária — promovendo o aumento imediato do imposto. A partir das novas regras do IOF, essas operações passaram a ter uma alíquota unificada de 3,5%.
É importante ter em mente que a norma vale para pagamentos feitos no exterior e para aqueles realizados em sites internacionais, mesmo quando a operação ocorre no Brasil.
O setor de crédito para empresas sofreu mudanças relevantes. Operações de empréstimos eram consideradas de curto prazo se seus contratos fossem de até 1.080 dias. Contudo, o limite para entrar nessa classificação passou a ser de 360 dias.
Nessas condições, o IOF, que antes era isento, foi definido em 3,5%. Ademais, cooperativas de crédito de grande porte, que contavam com isenção, passaram a pagar IOF de 3,95% em operações que ultrapassam R$ 100 milhões. A exceção permanece para as rurais, que continuam isentas.
Empresas do Simples Nacional também foram impactadas pelas mudanças no tributo. A alíquota subiu de 0,88% para 1,95% em transações de até R$ 30 mil.
Operações de câmbio são transações que envolvem a conversão de moedas, realizadas quando há compra, venda, envio ou recebimento de recursos entre países. Elas incluem remessas, saques, pagamentos internacionais e transferências para o exterior.
Antes da mudança, algumas dessas operações, como as remessas feitas via internet banking, estavam sujeitas a uma taxa de 1,1%. Devido às alterações no tributo, a alíquota do IOF foi unificada em 3,5% para todas as operações de câmbio.
As operações que envolvem o transporte de mercadorias entre países e a contratação de serviços prestados por empresas no exterior sofreram ajustes no IOF. A razão é que essas transações costumam ser pagas por meio de remessas internacionais.
Com as novas regras, a alíquota aplicada — que antes era de 0,38% — passou para 3,5% — o que representa um aumento de quase 800%.
As alterações no IOF tendem a aumentar os custos operacionais das empresas. O cenário afeta especialmente aquelas que dependem de crédito, realizam transações internacionais ou utilizam serviços contratados no exterior.
Esses empreendimentos correm o risco de enfrentar maior pressão sobre suas margens de lucro. Adicionalmente, negócios que já utilizavam linhas de crédito para manter o fluxo de caixa podem ter mais dificuldades para financiar suas atividades, já que os encargos aumentaram.
Assim, as empresas precisam de mais atenção no planejamento financeiro, pois o acesso ao crédito ficou mais caro e as operações internacionais passam a representar um peso maior no orçamento. Com isso, há reflexos no caixa, na gestão financeira e até nos projetos de expansão.
O aumento de custos também é capaz de gerar efeitos indiretos, como o repasse dos tributos aos preços finais dos produtos e serviços. Consequentemente, o aumento do IOF tende a afetar a competitividade do negócio e o poder de compra dos consumidores.
Diante do novo panorama, a preparação financeira se torna indispensável para proteger a saúde do negócio. O primeiro passo é revisar o planejamento, considerando o impacto do aumento dos custos nas operações de crédito, câmbio e serviços internacionais.
Dessa maneira, é interessante mapear as despesas operacionais, em especial aquelas relacionadas a fornecedores internacionais, serviços contratados no exterior e logística. Ainda, negociar prazos, condições e até buscar fornecedores nacionais podem ser soluções para equilibrar o orçamento.
A gestão de câmbio é mais um ponto de atenção. Realizar operações cambiais de forma mais estratégica, aproveitando variações do mercado e escolhendo os momentos mais favoráveis, auxilia a reduzir os impactos financeiros.
Ademais, existe a opção de buscar alternativas de financiamento mais acessíveis. Linhas de crédito com taxas menores, financiamentos ou até negociações diretas com instituições podem ajudar a mitigar os efeitos do aumento do imposto.
Por fim, vale a pena avaliar a possibilidade de fortalecer o capital próprio da empresa, com foco em reservas financeiras, contribuindo para diminuir a dependência de empréstimos.
Neste artigo, você entendeu as novas regras do IOF e como elas podem afetar as empresas — tanto em suas operações quanto nas finanças. Agora, considere revisar o funcionamento do negócio para entender onde é possível adaptar para absorver melhor o impacto das mudanças.
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