Novas regras do IOF: o que muda para as empresas?

18 junho 2025

O Governo Federal implementou uma série de ajustes fiscais visando reforçar o caixa e equilibrar as contas públicas. Entre essas mudanças estão as novas regras para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que entraram em vigor em maio de 2025.

De acordo com a Receita Federal, o foco da reformulação está nas empresas e nos contribuintes de maior capacidade econômica. Diante desse novo cenário, é importante que os empreendimentos avaliem os impactos financeiros gerados pelas mudanças e se preparem para absorvê-los.

Quer saber quais são as novas regras do IOF e como elas afetam o negócio? Continue a leitura e confira!

O que é IOF?

O IOF é um tributo federal aplicado em determinadas movimentações financeiras realizadas por pessoas físicas e jurídicas. Sua principal função é atuar como instrumento de controle da economia, permitindo que o Governo regule a circulação de dinheiro no país.

Além desse papel econômico, o IOF serve como uma ferramenta de fiscalização das transações financeiras e de geração de receita para os cofres públicos. A cobrança dele está presente em diversas operações do dia a dia.

Alguns exemplos são:

Quais são as novas regras do IOF?

As novas regras do IOF trouxeram aumento nas alíquotas e mudanças nas condições de cobrança. Desse modo, torna-se necessário ter atenção redobrada na hora de planejar as operações financeiras empresariais.

Entenda as principais alterações!

Cartão de crédito e débito internacional

Até então, as alíquotas do IOF para compras internacionais realizadas com cartão de crédito, débito ou pré-pago eram de 3,38%. Ademais, havia uma previsão de redução progressiva do percentual até 2028, quando a taxa seria zerada.

No entanto, a trajetória foi interrompida e o Governo optou por seguir na direção contrária — promovendo o aumento imediato do imposto. A partir das novas regras do IOF, essas operações passaram a ter uma alíquota unificada de 3,5%.

É importante ter em mente que a norma vale para pagamentos feitos no exterior e para aqueles realizados em sites internacionais, mesmo quando a operação ocorre no Brasil.

Crédito empresarial

O setor de crédito para empresas sofreu mudanças relevantes. Operações de empréstimos eram consideradas de curto prazo se seus contratos fossem de até 1.080 dias. Contudo, o limite para entrar nessa classificação passou a ser de 360 dias.

Nessas condições, o IOF, que antes era isento, foi definido em 3,5%. Ademais, cooperativas de crédito de grande porte, que contavam com isenção, passaram a pagar IOF de 3,95% em operações que ultrapassam R$ 100 milhões. A exceção permanece para as rurais, que continuam isentas.

Empresas do Simples Nacional também foram impactadas pelas mudanças no tributo. A alíquota subiu de 0,88% para 1,95% em transações de até R$ 30 mil.

Operações de câmbio

Operações de câmbio são transações que envolvem a conversão de moedas, realizadas quando há compra, venda, envio ou recebimento de recursos entre países. Elas incluem remessas, saques, pagamentos internacionais e transferências para o exterior.

Antes da mudança, algumas dessas operações, como as remessas feitas via internet banking, estavam sujeitas a uma taxa de 1,1%. Devido às alterações no tributo, a alíquota do IOF foi unificada em 3,5% para todas as operações de câmbio.

Fretes e serviços internacionais

As operações que envolvem o transporte de mercadorias entre países e a contratação de serviços prestados por empresas no exterior sofreram ajustes no IOF. A razão é que essas transações costumam ser pagas por meio de remessas internacionais.

Com as novas regras, a alíquota aplicada — que antes era de 0,38% — passou para 3,5% — o que representa um aumento de quase 800%.

Como as mudanças impactam as empresas?

As alterações no IOF tendem a aumentar os custos operacionais das empresas. O cenário afeta especialmente aquelas que dependem de crédito, realizam transações internacionais ou utilizam serviços contratados no exterior.

Esses empreendimentos correm o risco de enfrentar maior pressão sobre suas margens de lucro. Adicionalmente, negócios que já utilizavam linhas de crédito para manter o fluxo de caixa podem ter mais dificuldades para financiar suas atividades, já que os encargos aumentaram.

Assim, as empresas precisam de mais atenção no planejamento financeiro, pois o acesso ao crédito ficou mais caro e as operações internacionais passam a representar um peso maior no orçamento. Com isso, há reflexos no caixa, na gestão financeira e até nos projetos de expansão.

O aumento de custos também é capaz de gerar efeitos indiretos, como o repasse dos tributos aos preços finais dos produtos e serviços. Consequentemente, o aumento do IOF tende a afetar a competitividade do negócio e o poder de compra dos consumidores.

O que fazer para preparar o negócio para as mudanças?

Diante do novo panorama, a preparação financeira se torna indispensável para proteger a saúde do negócio. O primeiro passo é revisar o planejamento, considerando o impacto do aumento dos custos nas operações de crédito, câmbio e serviços internacionais.

Dessa maneira, é interessante mapear as despesas operacionais, em especial aquelas relacionadas a fornecedores internacionais, serviços contratados no exterior e logística. Ainda, negociar prazos, condições e até buscar fornecedores nacionais podem ser soluções para equilibrar o orçamento.

A gestão de câmbio é mais um ponto de atenção. Realizar operações cambiais de forma mais estratégica, aproveitando variações do mercado e escolhendo os momentos mais favoráveis, auxilia a reduzir os impactos financeiros.

Ademais, existe a opção de buscar alternativas de financiamento mais acessíveis. Linhas de crédito com taxas menores, financiamentos ou até negociações diretas com instituições podem ajudar a mitigar os efeitos do aumento do imposto.

Por fim, vale a pena avaliar a possibilidade de fortalecer o capital próprio da empresa, com foco em reservas financeiras, contribuindo para diminuir a dependência de empréstimos.

Neste artigo, você entendeu as novas regras do IOF e como elas podem afetar as empresas — tanto em suas operações quanto nas finanças. Agora, considere revisar o funcionamento do negócio para entender onde é possível adaptar para absorver melhor o impacto das mudanças.

Este post foi útil? Então assine a nossa newsletter para se manter bem informado com as novidades do mercado e da economia!

Categorias